Resumo :
Pensar Queer aceita os desafios da teoria queer na educação interrogando os efeitos da representação pela voz e pela visibilidade, a interação de conhecimentos e de ignorâncias académicos e sociais e os aspetos performativos das identidades e práticas queer. Envolvendo a etnografia, a política filosófica, a análise social, os estudos culturais e dos media e pontos de vista teóricos desde a psicanálise à teoria da complexidade, os artigos deste volume desafiam o leitor a mover-se para além da lógica da política e práticas de identidade em contextos que vão desde o ensino básico ao secundário passando pelo ensino superior. Este livro analisa as políticas e práticas queer e sugere táticas para a mudança educativa.
Capítulo de grupo:
Capítulo IV- " Transgressão e o corpo localizando: género, sexo e o professor homossexual."
Este
capítulo relata a história de um professor homossexual de meia-idade, um
ativista na defesa dos direitos homossexuais e na igualdade, professor
que luta pela liberdade sexual e tem como objetivo
mostrar como os homossexuais são representados no discurso publico. O
autor, encontra-se no centro de um problema: o conflito entre a sua verdadeira
personalidade, a sua carreira profissional e a reação da sociedade.Na nossa
sociedade, as lésbicas, os homossexuais, bissexuais e os trangéneros (LGBT) não
são aceites na sociedade e por isso são banidos e humilhados. Lutam por um
lugar na sociedade e pela participação democrática na esfera pública.
Quando
mencionamos que “valorizamos a biodiversidade”, será que significa que
“procuramos criar lugares onde as pessoas de diferentes géneros, raças, classes
e identidades sexuais se podem juntar” (pp.114) ou que “gostamos do conceito de
diversidade, mas na prática, pretendemos encobrir, silenciar, castrar, ajustar
ou ignorar as diferenças culturais” (pp.114)? Na verdade, dizemos que aceitamos
o conceito de biodiversidade mas na prática, fazemos de tudo para ignorar e
“pontapear” as pessoas que têm diferenças sociais e culturais. Novos grupos
sociais e culturas certamente que têm novas visões do mundo e por isso seriam
essenciais para uma mudança.
Os
professores homossexuais enfrentem grandes desafios isto porque sofrem ofensas
verbais e corporais, ameaças de ação punitiva, perda de emprego pois por
pertencerem a uma nova orientação sexual já põem em causa a cultura. Todos os
homossexuais constituem uma população de risco pois são constantemente
confrontados, sofrem ameaças e perante isso têm medo de se assumir pois são uma
população de risco.
Foi
constituído um inquérito a professores homossexuais e a conclusão foi que estes
não têm relações sexuais em parques ou áreas de descanso das autoestradas e não
se produzem para saírem à noite e irem para bares. Porém, estes não assumem a
realidade porque têm receio dos seus atos sexuais perante a sociedade pois se
esta repugna um homossexual também irá repugnar os seus atos.
Apresentação:
Capítulo Individual (Mariana Faria):
Capítulo V:
Do armário ao curral: neo-estereotipia em In & Out
O meu capítulo tem por base a
explicação do filme “In & Out” que deixo desde já a sua sinopse para uma
melhor compreensão: “Cameron Drake (Matt Dillon), vencedor do Oscar de melhor ator, ao fazer
o seu agradecimento de praxe ressalta a importância de Howard Brackett (Kevin
Kline), seu professor de literatura inglesa, que é gay. Nem o mestre sabia
disto e muito menos poderia imaginar como sua vida seria totalmente modificada
a partir deste momento, quando sua sexualidade passa a ser questionada,
principalmente por Emily Montgomery (Joan Cusack), sua noiva e até mesmo por
Berniece (Debbie Renolds) e Frank (Wilford Brimley), seus pais.”.
Encontro várias
semelhanças com o capitulo de grupo. Começo desde já por mencionar que ambos os
capítulos têm como protagonistas professores homossexuais. A diferença é que no
capitulo de grupo, o professor homossexual assume-se perante a sociedade e luta
para a normalização da orientação sexual, enquanto que no capitulo individual,
o professor faz de tudo para esconder a sua sexualidade e nega perante a
comunidade escolar e a sua família.
Também o facto da
caracterização da homossexualidade está presente nos dois capítulos, ou seja,
tanto o realizador do filme como o professor homossexual Eric Roffes, tentam
esconder os seus gestos mais afeminados para não serem julgados perante os seus
alunos e os seus colegas de trabalho. Tentam agir como machos pois assim não
serão interrogados e alvo de chacota.
Ambos os capítulos
excluem o sexo, não o retratam e até o esconder pois se a sociedade não aceita
os homossexuais também não vai aceita a sua sexualidade. É por isso um assunto
tabu, porém querer ignorar os aspetos sexuais é querer ser cego quanto à
essência do ser-se homossexual. Tentam encobrir mas na verdade ser homossexuais
é ter relações sexuais com outros homens. Também mencionam a SIDA, uma doença
muito comum na sexualidade homossexual.
O filme “In & Out”
foi bastante criticado pelo facto de retratar um “problema” tão comum na
sociedade como algo homogêneo, ou seja, o realizador alude à homossexualidade
apenas pelos gestos femininos “os homens não dançam; eles trabalham, bebem e
têm dores de costas. Faças o que fizeres, não dances.” (pp. 139). Em vez de
desmistificar o tema da homossexualidade, criou ódio e medo da homossexualidade
em vez de retratar como um estilo de vida alternativo e que nada põe em causa o
conforto da heterossexualidade.
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