08/06/2013

Leituras temáticas recomendadas.

Resumo :

Pensar Queer aceita os desafios da teoria queer na educação interrogando os efeitos da representação pela voz e pela visibilidade, a interação de conhecimentos e de ignorâncias académicos e sociais e os aspetos performativos das identidades e práticas queer. Envolvendo a etnografia, a política filosófica, a análise social, os estudos culturais e dos media e pontos de vista teóricos desde a psicanálise à teoria da complexidade, os artigos deste volume desafiam o leitor a mover-se para além da lógica da política e práticas de identidade em contextos que vão desde o ensino básico ao secundário passando pelo ensino superior. Este livro analisa as políticas e práticas queer e sugere táticas para a mudança educativa.


 

 

Capítulo de grupo:

Capítulo IV- " Transgressão e o corpo localizando: género, sexo e o professor homossexual."


            Este capítulo relata a história de um professor homossexual de meia-idade, um ativista na defesa dos direitos homossexuais e na igualdade,  professor  que luta pela liberdade sexual e  tem como  objetivo  mostrar como os homossexuais são representados no discurso publico. O autor, encontra-se no centro de um problema: o conflito entre a sua verdadeira personalidade, a sua carreira profissional e a reação da sociedade.Na nossa sociedade, as lésbicas, os homossexuais, bissexuais e os trangéneros (LGBT) não são aceites na sociedade e por isso são banidos e humilhados. Lutam por um lugar na sociedade e pela participação democrática na esfera pública.
            Quando mencionamos que “valorizamos a biodiversidade”, será que significa que “procuramos criar lugares onde as pessoas de diferentes géneros, raças, classes e identidades sexuais se podem juntar” (pp.114) ou que “gostamos do conceito de diversidade, mas na prática, pretendemos encobrir, silenciar, castrar, ajustar ou ignorar as diferenças culturais” (pp.114)? Na verdade, dizemos que aceitamos o conceito de biodiversidade mas na prática, fazemos de tudo para ignorar e “pontapear” as pessoas que têm diferenças sociais e culturais. Novos grupos sociais e culturas certamente que têm novas visões do mundo e por isso seriam essenciais para uma mudança.
Os professores homossexuais enfrentem grandes desafios isto porque sofrem ofensas verbais e corporais, ameaças de ação punitiva, perda de emprego pois por pertencerem a uma nova orientação sexual já põem em causa a cultura. Todos os homossexuais constituem uma população de risco pois são constantemente confrontados, sofrem ameaças e perante isso têm medo de se assumir pois são uma população de risco.
Foi constituído um inquérito a professores homossexuais e a conclusão foi que estes não têm relações sexuais em parques ou áreas de descanso das autoestradas e não se produzem para saírem à noite e irem para bares. Porém, estes não assumem a realidade porque têm receio dos seus atos sexuais perante a sociedade pois se esta repugna um homossexual também irá repugnar os seus atos.

Apresentação:

 
Capítulo Individual (Mariana Faria):

Capítulo V: Do armário ao curral: neo-estereotipia em In & Out

          O meu capítulo tem por base a explicação do filme “In & Out” que deixo desde já a sua sinopse para uma melhor compreensão: “Cameron Drake (Matt Dillon), vencedor do Oscar de melhor ator, ao fazer o seu agradecimento de praxe ressalta a importância de Howard Brackett (Kevin Kline), seu professor de literatura inglesa, que é gay. Nem o mestre sabia disto e muito menos poderia imaginar como sua vida seria totalmente modificada a partir deste momento, quando sua sexualidade passa a ser questionada, principalmente por Emily Montgomery (Joan Cusack), sua noiva e até mesmo por Berniece (Debbie Renolds) e Frank (Wilford Brimley), seus pais.”.

          Encontro várias semelhanças com o capitulo de grupo. Começo desde já por mencionar que ambos os capítulos têm como protagonistas professores homossexuais. A diferença é que no capitulo de grupo, o professor homossexual assume-se perante a sociedade e luta para a normalização da orientação sexual, enquanto que no capitulo individual, o professor faz de tudo para esconder a sua sexualidade e nega perante a comunidade escolar e a sua família.

          Também o facto da caracterização da homossexualidade está presente nos dois capítulos, ou seja, tanto o realizador do filme como o professor homossexual Eric Roffes, tentam esconder os seus gestos mais afeminados para não serem julgados perante os seus alunos e os seus colegas de trabalho. Tentam agir como machos pois assim não serão interrogados e alvo de chacota.

          Ambos os capítulos excluem o sexo, não o retratam e até o esconder pois se a sociedade não aceita os homossexuais também não vai aceita a sua sexualidade. É por isso um assunto tabu, porém querer ignorar os aspetos sexuais é querer ser cego quanto à essência do ser-se homossexual. Tentam encobrir mas na verdade ser homossexuais é ter relações sexuais com outros homens. Também mencionam a SIDA, uma doença muito comum na sexualidade homossexual.

          O filme “In & Out” foi bastante criticado pelo facto de retratar um “problema” tão comum na sociedade como algo homogêneo, ou seja, o realizador alude à homossexualidade apenas pelos gestos femininos “os homens não dançam; eles trabalham, bebem e têm dores de costas. Faças o que fizeres, não dances.” (pp. 139). Em vez de desmistificar o tema da homossexualidade, criou ódio e medo da homossexualidade em vez de retratar como um estilo de vida alternativo e que nada põe em causa o conforto da heterossexualidade.
 






Sem comentários:

Enviar um comentário